terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Andam por aí,
Flores que o unverno injustamente deixou para trás,
Com os cabelos inventados de habituais condescendências
Oferecidas em concha feita de Dostoievski na palma das mãos.
Pelo menos um de cada um, 





Quando sentiu o intruso em sua casa ficou apavorado, mas em segundos buscou o seu lado racional para pensar numa solução. O mais silenciosamente possível percorreu o corredor até  à entrada de sua casa, agarrou no livro que andava a ler, e que pousara sobre o aparador, e dirigiu-se à sala de onde lhe parecera ter surgido o barulho. De facto, deparou-se com o ladrão que apressadamente enfiava os objetos que pretendia roubar dentro de um saco.
Sem pensar duas vezes, arremessou-lhe o Dostoievski  contra a cabeça, mas, felizmente, o homem foi a tempo de se baixar e barricar atrás da secretária.
O livro embateu contra a estante e foi estatelar-se no chão ficando dividido em dois pela lombada, sendo que o crime ficou todo de um lado e castigo todo do outro.
_ Não  me estou a sentir bem _ informou o desconhecido em fraca voz_ Dá-me licença  que abra a janela?_
_Permita-que seja eu a fazer isso_ e, solicito, abriu a janela de par em par. 
O malfeitor percebeu a oportunidade de fuga e rapidamente, saíu de trás do móvel, passou por ele empurrando-o, o que o fez desiquilibrar-se e cair para cima de um cadeirão azul onde permaneceu atordoado, e o homem fugiu com as pratas e outras valiosidades.






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