Pode ser da largueza do rio, pode ser porque fazemos bom uso das suas colinas e das espreitadelas nos miradouros, o que é certo e sabido é que cidade mais brilhante não há.
Eu não andava à procura do #Torel. Ainda que estivesse fechado, o ar fresco, o sol a incidir nas folhas mais altas dos enormes plátanos, e o silêncio da rua eram suficientes para que não desse por perdido o passeio, mas um velhote com quem me cruzei inesperadamente, tão cedo ainda, encarregou-se de me informar. "Está aberto", foi só o que me disse, sem eu lhe perguntar nada, ao princípio nem o percebi, só lhe vi a figura, de corpo ligeiramente inclinado a dar utilidade à bengala, mas ele repetiu, sem um bom dia, sem nada, só isso, "Está aberto", melhor bom dia que aquele parecera-lhe impossível, anunciar logo pela manhã, bem cedo, aos caminhantes solitários estar escancarado o grande portão de ferro, dizer-lhes, "vai lá, começa o teu dia assim, olhando, não dês grande importância aos meus passos claudicantes e à minha bengala para caminhar. Ouve só o que te digo: "Está aberto, o jardim. Vai lá."
Sem comentários:
Enviar um comentário