Só deixaram as raízes das árvores
mas elas, de corpo mutilado,
acabaram por morrer.
A terra estranhou o enredado,
agora moribundo
e que sempre a atravessara
pleno de vida,
furando de forma imprevisível
fungos e líquenes
nutridos pelo sal que o mar
um dia deixara por ali.
As árvores, como já não existem,
já não me escondo atrás delas,
e os fantasmas, que antes nelas habitavam,
acorrem, indignados, a outros lugares
conversando entre si
sobre o movimento ondulante dos galhos
onde antes se sentavam para pensar.
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