Combinavam sempre ali, à porta do cinema.
e por isso era impossível não imaginar os estofos
macios
e o calor da sala.
O cartaz anunciava um filme por ver.
O hábito acompanhava-os pela escuridão
sem destino ,
às voltas pelas ruas dos passeios silenciosos,
dos portões, onde, de repente,
os cães apareciam a ladrar, guardando as vivendas.
"Não te aproximes"
E eles saltavam das pedras da calçada, rindo do susto,
prosseguindo com os tacões das botas ressoando
no asfalto.
Àquela hora, raros carros passavam,
Os seus risos misturavam-se na atmosfera,
como estrelas cristalinas,
com a beleza indiscritivel do que não se exprime
por palavras.
#Bertolucci, num cartaz colorido e convidativo,
tinha ficado para trás,
muitos passos atrás, para além da lua
cheia,
que prateava todas as coisas que não eram
de prata.
E a estrada sem cor ganhava tons inesperados,
e dobravam-se as árvores sobre as suas sombras,
murmurando...
Sem comentários:
Enviar um comentário