Por muito viajado que fosse, ou mesmo que a sua terra natal estivesse entre as mais belas do mundo, aquela ilha tinha algo de diferente, e de tão deslumbrante que eu própria, habituada a criar cenários imaginados, onde não há limites para a beleza das coisas, me senti maravilhada.
Estávamos do lado das rochas alaranjadas e era por grandes buracos nelas existentes, todos perfeitamente circulares, que se observava a aldeia inclinada, de casinhas com tetos coloridos, incrustadas na falésia que parecia ter sido escavada para o efeito.
Um braço de mar brilhante separava-me do casario, e o sol, embora presente em todos os reflexos, apenas se adivinhava, não se deixando ver.
A humidade salgada entrava-me na pele, enquanto subia e descia, com os pés descalços as saliências dos rochedos, na ânsia de espreitar o encanto por todos os ângulos possíveis, por todos os enormes olhos redondos que as pedras me ofereciam, em miradouros naturais causados pela erosão do mar.
Talvez fosse, não sei, um fim de dia, nas suas horas de ouro, ou um tempo inexistente. Em boa verdade e sem quaisquer mentiras, foi o que hoje sonhei.
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