É preferencialmente à noite
que me rouba as flores.
Entra sorrateiramente
nos meus jardins,
nos meus poemas,
nas minhas canções,
corta-as dos canteiros,
risca-as dos livros,
as frésias parte-as
mesmo pelo fundo
dos seus grandes pés,
as camélias e as #gardénias
coloca-as no cabelo,
faz novos poemas
e diz que são seus,
da sua criação,
como se tenha sido ela
a ter inventado as cores.
Eu não me importo.
Nunca me importei.
Os arbustos, as ervas,
as árvores,
haverão de florescer
uma e outra vez, e
isso sim, isso é que é meu,
esse renascer infinito
de todas as estações.
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