Já o tinha feito anteriormente, mas nunca tinha relatado os acontecimentos a Maria, dizê-lo a Maria foi a primeira vez.
Por duas vezes pedira ajuda a Simone, todavia Simone não lhe dera grande importância, os seus afazeres eram muitos, e em ambas as vezes deixou o assunto para esclarecer mais tarde.
Cidália era muito gorducha, falhavam-lhe os joelhos gastos pelo excesso de peso e acrescidos das fragilidades ganhas com o passar dos anos. Os chinelos estavam-lhe grandes em comprimento para que lá coubessem em largura os pés edemaciados, e assim arrastava devagar pela pela casa seu o corpo grande.
Etelvina era mais velha dois anos e tinha uma cara comprida e magra.
Maria abriu os olhos de #espanto.
Cidália sempre vivera tranquilamente não esperando coisa nenhuma, e muito menos nos últimos anos.
Etelvina foi confrontada por Maria e, enquanto isso, dava passadas leves e nervosas entre a cadeira e o sofá e apoiava os dedos curvos, ora no tampo da grande mesa, ora na arestas do aparador.
Maria abriu a porta e gritou por Simone.
Simone entrou no recinto e confirmou as queixas.
Cidália garantiu as ameaças de Etelvina, as palmadas nos ombros, o puxar dos cabelos, a perseguição rápida e eficaz. Numa casa de banho, às vezes no quarto, fixara-se nesse quotidiano e atentava de manhã à noite uma oportunidade de a encontrar sózinha.
Cidália lançava-lhe palavras tremidas de receio, enquanto Etelvina a empurrava firmemente, sem vacilar, ou lhe puxava o cabelo, ou lhe colocava os olhos baços a dez centímetros dos seus.
Maria olhou Cidália, sentada numa cadeira, com as pernas afastadas, a barriga proeminente e o vestido azul. Depois olhou Etelvina e depois olhou Simone, insistindo em esclarecer.
Etelvina negou.
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