a consumir um tempo intocável
Por vezes, viajava de autocarro.
Quando fosse de noite
era bichanado pelos corredores vazios
Movimentava-se em partículas
sobrepondo-se às palavras
de uma conversa banal.
Entre desconhecidos
criava raízes aéreas,
como algumas orquídeas
suspensas das suas flores.
Sem peso ou volume,
caminhava tanto,
horas em passos lentos,
ora em vôos transparentes,
vivia intensamente a vida,
cujo tempo era consumido
aleatoriamente,
ultrapassava a física
através de forças desconhecidas,
adiantava-se ao conhecimento do homem
que o transportava debaixo do braço.
Dançava com as folhas das árvores,
ou caía no prato de sopa
de um qualquer adolescente,
ou ainda, era #Vénus, a estrela da manhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário