Tenho que existir acima dos telhados, apesar dos dissabores que tal decisão me possa trazer.
Foi o que me responderam, num canto único, numa só voz.
Era a sua melodia dos dias, fosse verão ou fosse inverno,
Tenho que existir acima dos telhados,
tal como as aves que voam despreocupadamente,
a não ser que algum gato nos ameace,
ou alguma intempérie violenta que permita à chuva
e ao vento entrar por todas as ranhuras,
todas as frestas, todos as imperfeições,
para nos lembrar das fragilidades
de quem tem asas sem as querer.
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