quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Mais uma iniciativa

Tenho que existir acima dos telhados, apesar dos dissabores que tal decisão me possa trazer.

Foi o que me responderam, num canto único, numa só voz.
Era a sua melodia dos dias, fosse verão  ou fosse inverno, 



Tenho que existir acima dos telhados,
tal como as aves que voam despreocupadamente, 
a não ser que algum gato nos ameace,
ou alguma intempérie violenta  que permita à chuva 
e ao vento entrar por todas as ranhuras, 
todas as frestas, todos as imperfeições,
para nos lembrar das fragilidades 
de quem tem asas sem as querer.




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