Havia uma invasora
a comer o rio moribundo,
já nem parecia a mesma água
invernosa,
nem o seu caudal inquieto
corria como antes.
As árvores foram retiradas.
Mas com o tempo,
deixei de ver da janela
aquelas cicatrizes hediondas,
e o pássaro noturno
foi resistir para outro lugar.
Imagino debaixo da terra,
as suas raízes invisíveis,
as suas raízes fundas.
Ao momento, os filhos
renascem do chão
em volta do corpo anelar
da mãe decepada.
Quando as cortaram
fiquei
branca como a cal das paredes
brancas
mas depois, tudo passou.
No outono,
O sol cor de laranja
entardecia-lhes, tanto as copas
multicolores,
como as folhas monumentais
e os dias acabavam assim.
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