A excelência dos pássaros
voltaria com a Primavera.
Sentiam-se os seus modos suaves
transitando de sul para norte,
as flores os botões alvos,
alguns,
palavras escorregadias
nas manhãs minhas.
Deslizavam na humidade,
abriam-se, brotavam,
beijavam o ar,
e bebiam-no,
e esvoaçavam em mil
outras formas
de que me lembro
que aconteciam,
num poema.
Era o grito das aves
noturnas,
um lamento
lá de dentro, da noite.
Era o inverno.
As gaivotas teimavam
em lembrá-lo,
gritando sobre os telhados,
avisando da tempestade,
do mar revolto
do outro lado da serra.
Contornavam-na, fugindo,
voando, sobre os campos,
desde onde acabam as árvores
de troncos
inclinados pelo vento,
até onde
se avista o mar violento,
para virem cá ter.
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