Tom Bombadil olhava para ele da estante de ripas de madeira, como quem diz, se quiseres um pouco de companhia eu estou aqui, mas não lhe deu atenção
Levantou-se e chegou-se à varanda, verificou que
O vento enrolava a roupa na corda, e lhe fazia esvoaçar os cabelos e o lenço que trazia ao pescoço.
Até ali tudo correra bem, ainda o cansaço não se tinha instalado, talvez aguentasse, ainda, fazer mais duas ou três tarefas fundamentais para o bem estar de todos, Alguém cirandava pelo seu espaço, rotinas repetidas um milhão de vezes, insuportáveis e obrigatórias.
De manhã, numa manhã já tardia, quando o sono é mais leve portanto mais verdadeiro, mais chegado à realidade,, sonhara
Estavam, ele e outra pessoa, envolvidos os dois no mesmo processo de resolver enigmas num sofá quente, chegavam-se cada vez mais às palavras incompreensíveis que vinham na folha das regras.
Eram tão difíceis, aquelas explicações tortuosas. obrigavam à concentração, e por isso pegavam ambos num papel tão pequeno. As suas mãos quase se sobrepunham, ele lia, ela tentava perceber porque não o conseguia ouvir, só o calor dos seus dedos permanecia circulando ineterruptamente, e o som da sua voz preenchia toda a atmosfera, como se o que dissesse não tivesse qualquer importância.
Depois acordou, e conforme o dia avançava, o sonho etéreo tendia a desaparecer.
O espaço engolia o seu corpo, que escorregava pela cadeira abaixo até as costas gritarem de dor.
Endireitava-se, quando se lembrava da sua figura alta.
Parava de tentar lembrar-se de quem era Tom Bombadil, muito embora não tivesse qualquer dúvida da sua presença, no decorrer de todo aquele disparate desfasado do almoço para fazer.
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