sábado, 30 de dezembro de 2017

A bicha pede-me, imagine-se, que eu continue a sua história. O argumento mais forte que utiliza é o facto de não haver leitor que não a reconheça,  com o seu chapelinho, muito elegante e colorido, sentada em cima da mesa.
Para além de que, diz ela, se afirmas que eu entro e saio, a toda a hora, pela tua janela, se  sou tu cá, tu lá, contigo, se privamos, e se tens o direito, até, de relatar a forma como eu enrolo a cauda à volta das patas, ou de como encostei o corpo no vidro para tu me veres pelo lado de dentro, é óbvio que, por muito misteriosos que os gatos sejam, e eu não sou exceção, tem que haver uma explicação para essas visitas. Para além de que, deixaste por desvendar o misterioso número inscrito na parte interior do chapéu.

Amanhã, tenho um chapéu de que cor?
Azul petróleo. Queres com flor, ou sem flor?


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