Têm a naturalidade das palavras vãs.
São como os pássaros que
atravessam as gaiolas pelas grades
confusos com a falsa liberdade
da melodia dos seus cantos
audíveis até muito longe
conforme o alcance de cada um.
Mesmo o motor lá ao fundo,
ou o cão que ladra em eco pelos montes,
ou o comboio vermelho
que circula pelo espaço sem carris,
é tudo tão cheio de palavras simples.
E há um homem de barba igual
a todos os velhos de de barba,
que, teimosamente, as escreve,
olhando a paisagem pela esquadria da janela
vendo os barcos, parados, no porto.
A ele, basta-lhe abrir as vidraças e soprar,
e eles navegarão carregados de palavras simples.
Mas tornará para o seu lugar,
sentado à secretária,
onde se deixará seduzir
por essa simplicidade das palavras,
ou pelo simples tremeluzir das velas.
Sem comentários:
Enviar um comentário