que vista de longe era uma
roda verde sobre a paisagem,
com as cadeiras de ferro trabalhado,
e os arabescos das costas inclinados,
e eles lá sentados, lendo,
cada um deles animado pela respetiva ilusão.
Agarrei suave, mas firmemente,
no braço do que estava mais próximo,
e convidei-o a um passeio pelo jardim.
Dava-se o acaso de estarmos na primavera, que,
para além das flores sobejamente
conhecidas pela sua beleza,
também usufrui da vivacidade das cores,
única dentro das estações possíveis
para um ano inteiro.
Todos os trilhos eram de circunstância,
traçados pela necessidade. As ervas eram
destruídas matematicamente
por baixo dos pés dos que passavam.
Um pouco mais para lá, o ressalto do terreno
obrigava a dois toscos degraus, dos quais o avisei.
Olhou para o chão e assentou os pés
devagar e cuidadosamente.
Passámos pelo campo das oliveiras,
árvores rasteiras, palco de batalhas de criança,
que as imaginavam como barcos de pirata
e aos campos adjacentes como #oceanos sem fim.
Havia um plátano, de tronco magro,
uma magreza causada pela sujeição aos
humores desagradáveis do tempo.
Passou indiferente,
rumo à sua posição de estátua de fonte,
olhando fixamente a pedra da frente,
enquanto a água cai.
Ao fundo, havia um muro, onde brilhavam
flores cor de laranja viradas para o sol da tarde.
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