Esta é a minha cidade das colinas, dos miradouros, das manhãs azuis.
Mas tenho eu alguma cidade que seja verdadeiramnete minha,
algum chão que suporte o peso do meu corpo? Que me chame filha?
Serei eu pertença de algum lugar?
Haverá amanhecer que mais me adore, tanto quanto este, como eu faço com ele
e com a árvore das flores cor de rosa,
que admiro sem tão pouco saber o seu nome?
Esta é a minha cidade,
onde recorto as cores do outono nas paredes amarelas das casas,
enquanto me inclino pelas ruas inclinadas,
que podem e devem anoitecer debaixo das luzes dos candeeiros,
ou das luzes dos automóveis parados nos sinais,
e depois outra manhã e mais outra, em que respiro o ar fresco e silencioso.
Mas será esta cidade que me acolhe verdadeiramente minha e eu dela?
Ou será que subsisto e flutuo em partículas de leveza notável,
sobre o rio, sobre as avenidas, sobre a terra, e não sou,
nem existo, em nenhum lugar especial?
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