sábado, 11 de novembro de 2017
Magusto
Compare-se o mês de novembro
a determinado padrão de roupa colorida,
ou ao trautear de uma melodia,
ou ao magusto, de água pé e castanhas.
Por um motivo qualquer,
e numa atitude involuntária,
aquela específica conjugação de cores,
ou de sons, ou de cheiros, faziam-me lembrar...
Era a tábua de engomar
a chiar aos movimentos ordenados do ferro,
e um ou outro sopro mais ruidoso do seu vapor,
Voltando a novembro,
dava por ele a entrar, fresco, pela janela,
e via-o misturar-se na roupa das camas,
na manta que me cobria as pernas,
na superfície dos móveis.
Ajudava-me a recordá-la, circulando pela casa
na sua silenciosa produção de calor.
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